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Prefeito de Não-Me-Toque é investigado após denúncia de assédio sexual a
servidoras
Em vídeo, uma das vítimas registrou a fala de
Armando Carlos Roos
03/04/2018 - 13h39minAtualizada
em 03/04/2018 - 15h24min
Vitor Rosa
A Polícia Civil investiga duas denúncias de assédio sexual contra o prefeito de Não-Me-Toque, Armando Carlos Roos (PP).
Conforme o delegado Gerri Adriani Mendes, duas servidoras públicas procuraram a
delegacia alegando que eram ameaçadas de perda ou de rebaixamento de cargo caso
não aceitassem as investidas do prefeito.
No primeiro caso, que teria ocorrido em 2017,
uma servidora de carreira do município procurou a polícia para
denunciar que o prefeito a rebaixou de cargo, fazendo com que ganhasse
menos, por não aceitar um pedido de cunho sexual feito por ele. A denúncia
foi feita inicialmente como uma queixa, sem representação do crime.
Dias depois, a vítima decidiu seguir adiante
com o procedimento e contou que estava sendo ameaçada. Com isso, a mulher teve
deferido um mandado de proteção no âmbito da Lei Maria da Penha.
Na última semana, quando a Polícia Civil recebeu
aval do Tribunal de Justiça para realizar a investigação, outro caso
veio à tona.
A segunda vítima é
uma funcionária que trabalhava desde o ano passado na prefeitura de
Não-Me-Toque em um cargo comissionado. De acordo com a denúncia, em troca
da vaga o prefeito teria pedido favores sexuais à mulher. Ela gravou conversa
com o suspeito em que ele sugere que a vítima o acompanhe até seu apartamento.
No vídeo, o prefeito investe:
— (Posso) deixar a empregada sem vir uma
tarde no apartamento, mas teria que ser na semana que vem, porque que na
outra tu (funcionária) já começa.
A mulher recusa o convite, alegando que tem faxinas
a fazer, e Roos responde:
— Eu não quero namorar de graça.
A vítima foi desligada da prefeitura. Ela também
teve deferido um mandado de proteção por meio da Lei Maria da Penha, já que vinha sendo
ameaçada por um perfil não identificado no Facebook. Em um dos trechos da
ameaça, o perfil a lembrou do que ocorreu com a vereadora Marielle Franco, que foi assassinada a tiros em março no Rio de Janeiro.
Para o delegado, as denúncias se enquadram em casos
de assédio sexual. No entanto, Mendes prefere
não avaliar as denúncias, já que o suspeito tem foro privilegiado e todas as
investigações precisam de aval do Judiciário. Na tarde desta terça-feira
(3), a polícia marcou uma entrevista coletiva em Passo Fundo para falar sobre o
caso.
GaúchaZH tentou contato por telefone com o
prefeito. Uma servidora do gabinete de Roos afirmou que ele estava reunido com
a cúpula da administração municipal para tratar o assunto e deveria se
manifestar somente à tarde.